domingo, 14 de novembro de 2010

O estranho casal



Para quem não sabe, arigó é a alcunha que se dá a trabalhadores que exercem o serviço braçal numa obra ou linha de produção. Pois bem, essa história me foi contada por um parente meu que trabalhou como arigó na construção da Estrada de Ferro Rio Negro – Caxias, no Sul do Brasil.
Contou que, quando estavam construindo o túnel 13A, na serra do Espigão, na região catarinense da estrada, tinham que, forçosamente, passar pelo túnel 12, um dos mais longos e não retilíneo. A travessia era feita de vagonete.
Quando se aproximaram da entrada Norte deste túnel, por volta das nove horas da manhã, avistaram duas figuras humanas que deduziram ser um casal pela performance e compleição de cada um. Ambos vestiam túnicas de cor alaranjada e, notadamente, assustados com o aparecimento súbito dos trabalhadores, fugiram para o interior do túnel. Os arigós acharam estranha a atitude do casal e, mesmo sem entender, prosseguiram o curso e, ainda, puderam divisar o vulto dos dois quando atingiram a entrada do túnel. Viram quando pareceram ter se encostado na parede úmida do túnel, como que esperando a passagem do vagonete, já que não havia sido construído qualquer salva-corpo, ou, abrigo de proteção. Um dos arigós, levantou a lanterna de querosone para melhor enxergar o casal. Nesse momento, uma fissura larga se abriu na parede e os dois penetraram por ela; logo em seguida a greta se fechou.
Os trabalhadores, até mesmo por temerem pela segurança na estrutura do túnel, pararam e foram investigar. Não acharam qualquer irregularidade na parede, nem qualquer indício de abertura. Apesar de baterem com o cabo das picaretas, não perceberam qualquer ruído ou som que desse pista de uma parede falsa.
Somente a rocha pura respondia. Nunca mais viram ou souberam notícias do casal.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu servi o exército no ano de 1982. Fazia manutenão desse trecho da estrada, na estação da Ferradura. Certa vez, no descanço do almoço, subimos em cima do túnel, e achamos um cemitério abandonado, que pela data das sepulturas devia ser de mortos na guerra do Contestado. Depois de achado esse cemitério aconteceram muitas coisas estranhas naquele pelotão. Alguns soldados tinham incorporação de espiritos, essas coisas. Uma parte resolveu ir embora para lages. Até hoje eu não entendo muito bem o que aconteceu, mas como diz o ditado "não creio em espiritos mas que eles existem, existem.