Para quem não sabe, arigó é a alcunha que se dá a trabalhadores que exercem o serviço braçal numa obra ou linha de produção. Pois bem, essa história me foi contada por um parente meu que trabalhou como arigó na construção da Estrada de Ferro Rio Negro – Caxias, no Sul do Brasil.
Contou que, quando estavam construindo o túnel 13A, na serra do Espigão, na região catarinense da estrada, tinham que, forçosamente, passar pelo túnel 12, um dos mais longos e não retilíneo. A travessia era feita de vagonete.
Contou que, quando estavam construindo o túnel 13A, na serra do Espigão, na região catarinense da estrada, tinham que, forçosamente, passar pelo túnel 12, um dos mais longos e não retilíneo. A travessia era feita de vagonete.
Quando se aproximaram da entrada Norte deste túnel, por volta das nove horas da manhã, avistaram duas figuras humanas que deduziram ser um casal pela performance e compleição de cada um. Ambos vestiam túnicas de cor alaranjada e, notadamente, assustados com o aparecimento súbito dos trabalhadores, fugiram para o interior do túnel. Os arigós acharam estranha a atitude do casal e, mesmo sem entender, prosseguiram o curso e, ainda, puderam divisar o vulto dos dois quando atingiram a entrada do túnel. Viram quando pareceram ter se encostado na parede úmida do túnel, como que esperando a passagem do vagonete, já que não havia sido construído qualquer salva-corpo, ou, abrigo de proteção. Um dos arigós, levantou a lanterna de querosone para melhor enxergar o casal. Nesse momento, uma fissura larga se abriu na parede e os dois penetraram por ela; logo em seguida a greta se fechou.
Os trabalhadores, até mesmo por temerem pela segurança na estrutura do túnel, pararam e foram investigar. Não acharam qualquer irregularidade na parede, nem qualquer indício de abertura. Apesar de baterem com o cabo das picaretas, não perceberam qualquer ruído ou som que desse pista de uma parede falsa. Somente a rocha pura respondia. Nunca mais viram ou souberam notícias do casal.
Os trabalhadores, até mesmo por temerem pela segurança na estrutura do túnel, pararam e foram investigar. Não acharam qualquer irregularidade na parede, nem qualquer indício de abertura. Apesar de baterem com o cabo das picaretas, não perceberam qualquer ruído ou som que desse pista de uma parede falsa. Somente a rocha pura respondia. Nunca mais viram ou souberam notícias do casal.